Simone Inzaghi: Um gênio revolucionário
(Foto: reprodução x)
Simone Inzaghi acaba de levar a Inter de Milão à sua segunda final da Liga dos Campeões, após vencer o Barcelona na prorrogação, em um jogo histórico por 4 a 3.
Apesar de não ser um nome badalado, Inzaghi está certamente entre os melhores treinadores do mundo – se não for o melhor – e iniciou uma revolução tática que será estudada por muitos anos por todos os amantes do esporte.
Como Jogador:
Simone Inzaghi, irmão do lendário Filippo Inzaghi, não tinha a mesma qualidade que o irmão mais velho, mas ainda assim teve uma carreira de sucesso. Passou a maior parte dela na Lazio (1999–2010), onde conquistou 1 Scudetto, 3 Copas da Itália, 2 Supercopas Italianas e 1 Recopa Europeia. Apesar de ter sido suplente em boa parte do tempo, marcou 74 gols em 261 jogos pelo clube romano. Também teve uma breve passagem pela seleção italiana, defendendo a Azzurra em três partidas.
Inzaghi, já como jogador, era reconhecido por sua inteligência, e seu tempo no banco de reservas não foi desperdiçado: ele rapidamente começou os estudos para se tornar treinador.
Como Treinador:
Após encerrar a carreira, Inzaghi iniciou sua trajetória como técnico nas categorias de base da Lazio. Assumiu o time principal em 2016, conquistando 1 Copa da Itália e 2 Supercopas Italianas, além de levar o clube a campanhas sólidas na Serie A e na Liga Europa.
Em 2021, assumiu a Inter de Milão, onde consolidou sua reputação como um dos melhores treinadores da Itália. Sob seu comando, a Nerazzurri venceu 2 Copas da Itália, 3 Supercopas Italianas e chegou à final da Liga dos Campeões de 2022/23, diante do Manchester City – mesmo com um elenco que custou menos do que Jack Grealish. A Inter acabou sendo derrotada por 1 a 0, com Romelu Lukaku perdendo boas chances de empatar o jogo nos minutos finais.
Além disso, conquistou oScudetto 2023/24 com folga e ainda tem chances de bicampeonato nesta temporada, estando três pontos atrás do Napoli, com três rodadas restantes.
ESTILO DE JOGO:
A filosofia de Simone Inzaghi pode ser dividida em três princípios:
1. Jogadores "universais"
Seus times atuam com muita rotação de posicionamento, ocupando os espaços deixados pelo adversário, especialmente na fase de construção. Nesse momento, ocorrem muitas trocas de posição entre os meio-campistas e o zagueiro, confundindo a marcação e qualificando a saída de bola com jogadores mais técnicos.
Os alas também têm liberdade para inverter com o meio-campo ou atacar a última linha. Inzaghi utiliza atletas capazes de atuar em qualquer setor do campo, eficientes tanto no jogo defensivo quanto no ofensivo.
2. Ocupação de espaço vs. jogo posicional
Diferentemente da tendência do jogo posicional (popularizado por Pep Guardiola), Inzaghi lidera uma revolução baseada em flexibilidade extrema. Seus jogadores se movimentam para ocupar os espaços deixados pelo adversário, podendo congestionar um lado do campo ou se espalhar para dar amplitude.
Ainda assim, ele prioriza que seus atletas ocupem zonas onde sejam mais eficazes – como Lautaro Martínez, mais próximo à área, ou Dimarco, aberto pela esquerda para cruzar.
3. Jogo vertical
A Inter é uma equipe que busca ser vertical, atacando os espaços atrás da defesa com rapidez. Sua principal arma é a construção de jogo por baixo, usando rotações para atrair e romper a pressão adversária, seguida de transições velozes para o ataque.
Simone Inzaghi é genial
Simone Inzaghi é, sem dúvida, um dos melhores treinadores do mundo e tem tudo para entrar para a história como um dos maiores técnicos italianos. Ele lidera uma revolução tática no esporte mais popular do mundo, mudando a percepção sobre times que jogam com três zagueiros – antes associados a um estilo defensivo.
É difícil imaginar outro técnico alcançando os mesmos resultados com os recursos limitados da Inter de Milão, que pode levantar a taça da Liga dos Campeões após 15 anos.