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O momento conturbado do Manchester United após a derrota no clássico contra o Manchester City levanta questionamentos sobre o futuro do técnico Erik Ten Hag. No entanto, vamos analisar a situação de forma mais aprofundada para determinar se a demissão resolveria a situação.

Em uma avaliação mais profunda, a demissão de Ten Hag não é a solução correta. Apesar da temporada irregular, é fundamental lembrar da primeira temporada do técnico holandês, que foi muito positiva. O desempenho atual da equipe na Premier League, com 5 vitórias e 5 derrotas em 10 jogos, é inaceitável, mas é preciso reconhecer as conquistas da temporada anterior. O time de Ten Hag quebrou um período de seis anos sem títulos, vencendo a EFL Cup e chegando à final da FA Cup e à semifinal da Liga Europa. Além disso, terminou a temporada em 3º lugar na Premier League, superando as expectativas.

 

Ten Hag tinha um plano

melhorar o que funcionou bem e resolver um problema crítico, a posição de goleiro. Logo no início do trabalho em Manchester em 2022, ele percebeu rapidamente que não poderia replicar o estilo de jogo que o consagrou no Ajax, devido às limitações do elenco. Portanto, ele se adaptou a equipe e optou em jogar mais em transição, com ênfase na solidez defensiva, o que se refletiu no desempenho do goleiro David De Gea, que ganhou o prêmio de mais partidas sem sofrer gols na Premier League.

Na última janela de transferências, o Manchester United fez contratações que faziam sentido no papel, como Onana para melhorar a saída de bola, Mason Mount que mistura características de Fred e Eriksen para fortalecer o meio-campo e tem como sua especialidade o jogo sem bola, sendo fundamental na marcação pressão no adversário, também trouxe o centroavante promissor Höjlund e o volante marroquino Amrabat.

No entanto, o início de temporada foi difícil devido a uma série de lesões. Três dos quatro laterais da equipe estavam machucados, incluindo Shaw e o zagueiro Lisandro Martínez, peças essenciais na construção do time. Além disso, jogadores como Höjlund e Mount também tiveram lesões logo após chegarem ao clube.

Outro fator relevante é a queda de desempenho de jogadores-chave, como Marcus Rashford, que tem tido dificuldades sem o apoio de um lateral esquerdo confiável, e Casemiro, que não está apresentando o mesmo nível de atuações da temporada anterior. O capitão Bruno Fernandes também não está rendendo como o esperado.

 

O trabalho deve continuar

Portanto, a demissão de Erik Ten Hag não é a solução para os problemas do Manchester United. É a repetição do que aconteceu com todos os técnicos após Sir Alex Ferguson: eles começam bem, mas depois os resultados ruins acontecem, e os jogadores colocam a culpa nas costas do técnico. Em vez disso, o clube precisa adotar uma abordagem mais estrutural, como Ralf Rangnick disse em sua curta passagem pelo United: "é preciso uma cirurgia e não apenas band-aids". O foco deve ser em reformular o elenco antes de pensar em demitir o treinador atual.

O bilionário Jim Ratcliffe comprou 25% do Manchester United e assumirá as decisões esportivas do clube, o que não agradou à maioria dos torcedores, uma vez que a família Glazer continua sendo a proprietária majoritária.

Ainda há muita incerteza em torno do clube, com fortes rumores sobre um novo diretor esportivo, e não se sabe se conseguirão reforçar a equipe na janela de janeiro. O que é certo é que o maior time da Inglaterra ainda tem um caminho árduo de volta ao topo.